Na manhã desta quarta-feira (4), o influenciador digital Kel Ferreti foi preso durante uma operação coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens (GAESF) do Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL). Ele é acusado de liderar uma organização criminosa voltada para a lavagem de dinheiro por meio de esquemas ligados a jogos de azar online. Ferreti deverá passar ainda hoje por uma audiência de custódia.
Além de Ferreti, outras sete pessoas foram alvos da operação, que cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão em Maceió (AL) e Ribeirão Preto (SP). Na casa de um dos investigados, foram apreendidos cerca de R$ 20 mil em dinheiro, celulares, documentos e um veículo de luxo.
VIDA DE LUXO E OSTENTAÇÃO NAS REDES SOCIAIS

A investigação aponta que o influenciador digital seria o líder do esquema, promovendo nas redes sociais uma vida de luxo e ostentação. Ferreti, que possui milhões de seguidores, incentivava a compra de produtos e serviços ligados a jogos de apostas, prometendo ganhos financeiros rápidos e fáceis.
O Ministério Público acredita que o grupo utilizava “laranjas” para ocultar a propriedade de bens de alto valor, como veículos de luxo registrados em nome de terceiros. Apesar disso, os investigados frequentemente exibiam esses bens nas redes sociais como se fossem de sua propriedade.
R$ 21 MILHÕES EM BLOQUEIOS E FORTES INDÍCIOS DE LAVAGEM DE DINHEIRO

A operação contou com o bloqueio de R$ 21,2 milhões, além da apreensão de 10 veículos de luxo. De acordo com o MPAL, dados fornecidos pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) revelaram movimentações suspeitas, incluindo transferências fragmentadas realizadas por uma empresa de publicidade, supostamente usada como intermediária em operações ilegais.
Há também indícios de fraudes bancárias, com contas empresariais utilizadas para lavar dinheiro oriundo de jogos de azar e outras práticas ilícitas.
PARTICIPAÇÃO MULTIINSTITUCIONAL

A operação foi realizada em conjunto com diversos órgãos, incluindo a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), a Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP), a Polícia Civil, a Polícia Militar, a Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social (Seris), a Polícia Penal e a Perícia Oficial de Alagoas.
As autoridades seguem investigando o caso para aprofundar as ligações entre os suspeitos e os crimes financeiros.